Desde 2019 tento praticar o consumo consciente, mas era algo mais como “chega de fingir que comprar traz aquela sensação boa na mente Beatriz” ou “vou gastar meu dinheiro em experiências e viagens”. No ano passado foi só um começo, diminui bem a quantidade de roupas, sapatos e acessórios que comprei, mas, ao fazer o balanço final, achei que no ano seguinte eu podia melhorar. E ai veio 2020! Durante os mais de quatro meses em casa, repensei e (continuo repensando) ainda mais a minha maneira de consumir. E você?
Parece óbvio, mas não é. Conversando com pessoas próximas e observando Stories de “recebidos pagos” por ai, vi que estamos bem divididos entre o quanto o momento de crise nos sacudiu e fez alguns reverem certos hábitos, ao mesmo tempo que, para outros, é a oportunidade de sair aproveitando todas as promoções por ai. Oi ansiedade.
Qual desses grupos você se encaixa hoje?
Sem julgamentos, ninguém está falando que você precisa virar uma pessoa minimalista, mas será que não vale pensar em tentar um autocontrole agora? Posso te falar? Comprar por comprar, no impulso, não vai fazer tudo ficar bem em um passe de mágica e a sensação de conseguir não comprar é ainda mais gratificante.
A verdade é que hoje não faz mais sentido algum aquela ostentação desmedida. Não tem cabimento (e nunca teve) aquela comparação por quem está mais na “moda” do que quem, quem usa a última tendência e quem ainda não chegou nela. Quem usa bolsas de grife e quem compra em loja de departamento. Os hábitos de consumo por simples prazer serão repensados daqui para frente. Hoje a tendência é consumir com inteligência, ao mesmo passo que as marcas também vão remoldurar para não criar produtos desnecessários. Ufa, que bom!
Se você me perguntar…
Me encaixo no primeiro grupo. A pergunta “por que comprar?” anda batendo forte por aqui. Por que preciso dessa nova roupa se não usarei tão cedo? Vale muito a pena gastar com isso agora? Eu preciso dessa quantidade absurda de roupas que já tenho e ainda comprar mais em um momento como esse?
Nas vezes que comprei, foi algo que eu estava querendo comprar há muito tempo. Me preocupei em gastar pensando em conforto e qualidade. Conforto, uma palavra que percebemos fortemente o significado nos últimos meses. Tem que ser confortável para ficar em casa, certo? E te digo, para sair na rua, quando pudermos, também precisa ser confortável para você.
Investi em livros, vinhos, alimentos que mudariam meus hábitos e itens que me despertam emoção. Porque é bom nos presentear e merecemos. Porque valor afetivo é muito mais importante e especial do que valor material.
Mas calma, esse não é um texto sobre minimalismo.
Não sou um exemplo disso e nem tenho essa pretensão. Quem convive comigo sabe o quão apegada sou com as minhas roupas e nas histórias que elas representam sobre mim. Em 2020, ainda não fiz a limpa no closet, não tirei peças que não uso mais, porque no momento não sei o que vou usar quando puder sair, mas estou tentando mudar hábitos que não tive no passado e acumulei tudo isso (não vale me julgar, eu uso tudo que tenho, num intervalo de meses as vezes, mas uso tudo!). Bom, isso é outra história…
Mas se eu ando orgulhosa de mim por, no presente – e pensando no futuro – consumir conscientemente, por que você também não pode tentar? Te garanto que a sensação vai te surpreender!