Está difícil de quem me conhece muito acreditar, mas em 2020, eu, Beatriz Arvatti, aprendi a cozinhar.
Desde sempre, quando me perguntavam se eu sabia cozinhar, eu respondia “só sei fazer brigadeiro”. Em 2019, aprendi a fazer risoto com um amigo e passei a responder “sei fazer risoto e brigadeiro, só. Não sei nem picar tomate, não tenho paciência nem dom”. E ok, meu risoto era bem elogiado por quem experimentou, um ponto pra Beatriz masterchef então. Ah, aprendi a fazer carbonara também, só porque queria dar de presente pra alguém especial, que amava carbonara e reclamava de nunca achar um do jeito que ele gostava em São Paulo. Confesso que a primeira vez ficou horrível e virou omelete do café da manhã no dia seguinte, mas na segunda, arrasei, preciso dizer!
E ai veio 2020… o segundo mês do ano já estava difícil pra mim antes mesmo de ficar para o mundo. Depois entrou a pandemia, a quarentena, o sofrimento por aquela mesma coisa desde fevereiro e mais a ansiedade por não poder sair de casa pra se distrair. Minha vida e o mundo um caos. Uma raiva de mim mesma por ficar pensando tanto e sofrendo tanto. Alguma coisa eu precisava fazer para ocupar a cabeça.
Sem muitas opções, comecei a pesquisar receitas que eu adoraria comer em algum restaurante, mas não tinha como ir com tudo fechado. De lá pra cá me dediquei, mergulhei de cabeça a cada final de semana para aprender outros risotos, massas, peixes, carnes, bolos, moussaka, tortas. Me tornei a pessoa que aprendeu a cozinhar para ocupar a cabeça e descobri que tem dons que adquirimos quando precisamos deles, não exatamente precisamos nascer com aquilo. Despertei um novo hobby, descobri uma válvula de escape e criei um highlight no Instagram “A la Beatriz”.
Por que estou escrevendo tudo isso? Porque quero compartilhar minhas receitas aqui também, mas achei que deveria contextualizar de onde começou tudo isso, já que há três meses recebo mensagens do tipo “quem é essa nova Beatriz prendada?” ou “o que tá acontecendo com você?” ou “eu tô amando esse seu novo momento masterchef?” ou “você vai acabar a quarentena mudando de profissão”.
Escrevo porque não preciso mudar de profissão, mas acho que meu hobby pode ajudar a quem se identificar e estiver num momento ainda mais difícil que o que já está sendo muito pesado para mundo.
Escrevo porque esse pode ser o primeiro post em que mudo um pouco o tom deste blog e ao invés de trazer conteúdo para portfólio, posso me doar um pouco, trazer mais sobre mim, meus momentos, meus rascunhos no bloco de notas no celular e te ajudar, quem sabe?
Em 2020 também ando pensando sobre isso…
[…] ali, ao vivo, não em carne e osso, mas em sintonia e perrengues do molho pesto. Eu já contei que em 2020 aprendi a cozinhar? Fiz inúmeros cursos online também, me aprimorei na minha área e explorei uma nova. Recebi […]