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Lembranças vem e vão… ou só se distanciam – Beatriz Arvatti

Lembranças vem e vão… ou só se distanciam

Se você parar para pensar como eu estou pensando aqui: lembranças vem e vão .... ou só se distanciam as vezes, já que nos faz sentir cada vez menos.

Já sentiu um aperto ao lembrar de momentos felizes que não voltam mais? Ou de acontecimentos que foram tão lindos que acabam partindo (ou aquecendo) o coração só de sentir o que estava vivendo ali? E aquele dia que você sofreu tanto que só de lembrar dói tudo de novo? Calma, não é um texto trágico. Apenas quero dizer que a saudade é algo lindo demais, porém triste demais. Lembranças são lindas demais, porém tristes demais. E se você parar para pensar como eu estou pensando aqui: lembranças vem e vão …. ou só se distanciam, já que, as vezes, nos faz sentir cada vez menos (ou mais leve).

Esses dias estava pensando que meus ciclos se fecham várias vezes, mesmo depois do fim, de diversas formas. Eu tenho algo com ciclos e, confesso, é uma certa teimosia em achar que ele não se fechou ainda. Sinto algo como um pouco de esperança em acreditar nos sinais que a vida dá. Comigo os ciclos demoram a se fechar, principalmente, porque eu sou muito apegada a essas tais de lembranças.

Percebi que depois que um ciclo se fecha, eu fico ainda mais um ano lembrando de cada dia, cada momento, cada hora, cada detalhe, cada acontecimento. De tudo o que eu quero e não quero lembrar. Lembro das estrelas na estrada. Do aquecedor do quarto do hotel. Da flor que ganhei em tal dia. Do meu aniversário de 25 anos. De ir no cinema ver Aladdin. Da comemoração pelo meu emprego novo. Da maratona da série que eu gosto. Do queijo coalho com geleia de pimenta. Do chocolate que comprei. Do show que fui. Do ano novo em Santiago. Do dia que eu antecipei a passagem de volta. Do primeiro date clandestino. Do pôr do sol. Do dia que mais sorri, da noite que mais chorei….

Em 26 anos nunca tinha parado para perceber isso, mas a verdade é que relembro dia após dia o que estava acontecendo um ano atrás até o ciclo de um ano após aquilo se fechar. Até que no dia seguinte, eu percebo que já não lembro tanto assim como lembrava antes. Até me dar conta que memórias vem e, na verdade, nunca se vão. Não tem como esquecer de vez – ufa – ainda bem que dá para levar um pouco de tudo o que vivemos aqui dentro. Ainda bem que tem foto no roll de câmera, polaroids e mídia no WhatsApp. Ainda bem que tem tudo o que você guardou numa caixinha azul. Mas ainda bem, que chega uma hora, que essas memórias não tem tanto poder assim.

Acontece com você?

A noticia ruim é que as boas não voltam mais, mas a notícia maravilhosa é que as tristes nunca mais serão as mesmas. A verdade é que lembranças vem, não vão, mas se distanciam com o tempo.

Esse é um texto sem sentido que escrevi após terminar um ciclo de pós um ano de encerramento de ciclo. Escrevi, um pouco no bloco de notas, um pouco na mente e guardei para um momento postar e, quem sabe daqui mais um ano, reler e pensar, “onde é que eu estava mesmo nesse dia?”