(Contém referências de uma música de alguém que não gosto, nada na letra faz sentido a não ser por uma frase)
Um raio cai sim duas vezes no mesmo lugar. Comigo caiu. A diferença é que da primeira eu realmente não me protegi da chuva, não fiz questão nenhuma de me proteger e lá no fundo, mesmo que não fosse claro no momento, eu sabia que podia cair. Da primeira, meu erro foi claro e eu dei todos os motivos para o raio cair. Mas da segunda…
Ai como a segunda é inesperada. E como dói muito mais o inesperado. Como dói tudo por dentro e por fora quando em questões de minutos, as nuvens ficam escuras. Como em uma hora a tempestade cai e o raio cai.
Como toda sua vida, a presente e a futura muda, porque você acreditou que não ia cair duas vezes, você escolheu acreditar. Que dessa vez você fez tudo diferente, porque você é uma pessoa diferente. Porque você escolheu fazer diferente. Você escolheu se proteger.
Eu achei que eu não fosse voltar aqui e escrever sobre dor, porque os últimos 4 anos, apesar de muita coisa ter acontecido e nem sempre tão boa, a fatia da pizza que é a vida, aquela fatia que me motiva a escrever na dor, estava imensamente feliz.
Nem vem palavras agora porque quando o raio cai duas vezes no mesmo lugar, vou te contar que a reação é apática. Porque me prometeram que não caia, não no mesmo lugar, não na mesma ferida, não no mesmo motivo que você escolheu mudar e amadureceu tanto pra mudar.
A reação é descrença. “Mas doa o que doer, no caso eu”, vou ter que crer em algum momento que o raio caiu no mesmo lugar e não ser atingida é quase impossível.
